As políticas tarifárias em constante mudança de Trump estão levando muitos economistas e participantes do mercado, que buscam calcular com precisão o impacto das tarifas, à beira da loucura...
Uma série de propostas intensivas de política tarifária, ajustes e isenções temporárias da Casa Branca deixou muitos investidores e economistas correndo para "rasgar relatórios." Claro, até agora, essa série de revisões não alterou completamente um fato estabelecido trazido pelas propostas de política comercial de Trump:
As taxas de tarifa dos EUA estão voltando ao passado—um passado distante, tão remoto que a China ainda estava na Dinastia Qing...
De acordo com estimativas recentes de insiders da indústria, a taxa efetiva de tarifa imposta pela administração Trump sobre todas as importações americanas atingiu 22%-27%.
O limite superior dessa faixa (27%) empurraria a taxa efetiva de tarifa dos EUA acima do nível de 1903. Mesmo no limite inferior (22%), as tarifas atingiriam seu nível mais alto desde 1910.
Uma razão para as constantes mudanças nos cálculos dos economistas é que Trump fez, na verdade, duas "concessões" tarifárias desde a semana passada:
Uma foi na última quarta-feira, o dia em que o mercado de títulos americano estava em turbulência, quando Trump anunciou uma suspensão de 90 dias de tarifas recíprocas sobre dezenas de países;
A outra foi no último sábado, quando a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA emitiu um novo aviso, excluindo uma série de produtos das tarifas recíprocas anteriormente anunciadas, incluindo equipamentos de comunicação (smartphones), computadores, equipamentos semicondutores e dispositivos de circuitos integrados. Embora Trump tenha insistido posteriormente que "nenhuma 'exceção' tarifária foi anunciada, apenas foram movidas para diferentes 'categorias' tarifárias," e ameaçado que as "tarifas semicondutoras" chegariam em breve, as isenções temporárias realmente ocorreram—relacionadas às "tarifas recíprocas" desses produtos eletrônicos pagas após 5 de abril podem até solicitar reembolsos.
De acordo com estimativas do Yale Budget Lab, a taxa de tarifa imposta por Trump à China (atualmente 145%) inicialmente empurrou a taxa média efetiva de tarifa geral nos EUA para 27%, o nível mais alto desde 1903.
No entanto, após a decisão temporária de isenção de tarifas recíprocas sobre produtos eletrônicos ser anunciada, essa taxa média efetiva de tarifa realmente recuou.
Paul Ashworth, economista-chefe da América do Norte da Capital Economics, escreveu em um relatório após a isenção de tarifas de produtos eletrônicos, "Como resultado, a taxa efetiva de tarifa geral sobre as importações americanas atualmente está em 22%, ainda um aumento significativo em relação aos 2,3% de um ano atrás, mas menor que os 27% do dia anterior. "Especificamente, embora a taxa de tarifa sobre a China permaneça em 145%, uma vez que essas isenções sejam consideradas, o aumento médio real agora está próximo de 106%."
Mencionamos anteriormente que os produtos eletrônicos isentos de tarifas não incluem apenas a tarifa recíproca de 125% que Trump impôs aos bens chineses, mas também a tarifa básica de 10% sobre as importações de outros países. A única parte dos bens relacionados ainda afetada por tarifas é a tarifa de 20% que Trump inicialmente anunciou sobre os bens chineses.
De acordo com dados compilados por Gerard DiPippo, vice-diretor do Centro de Pesquisa Rand-China, com base nas estatísticas oficiais do comércio americano de 2024, essa isenção abrange cerca de 390 bilhões de dólares em valor de importações americanas, com mais de 101 bilhões de dólares provenientes da China. DiPippo afirmou que, no total, essas isenções incluem eletrônicos de consumo e semicondutores, que representaram cerca de 22% das importações americanas da China em 2024.
Claro, como Trump tem enfatizado repetidamente nos últimos dias, ele anunciará em breve tarifas sobre semicondutores, então esses números ainda podem sofrer mais mudanças.
O secretário de Comércio dos EUA, Lutnick, também disse no último domingo que smartphones, computadores e outros produtos eletrônicos, embora não estejam sujeitos a "tarifas recíprocas," serão cobertos por tarifas semicondutoras, que podem ser introduzidas em um ou dois meses.
Em qualquer caso, as mudanças "infantis" e "caprichosas" na política tarifária de Trump trarão apenas incerteza significativa aos mercados financeiros e aumentarão o risco de a economia americana entrar em recessão.
Como Stuart Kaiser, chefe de estratégia de ações americanas do Citibank, apontou, a isenção de certos produtos eletrônicos é "o primeiro passo em direção ao progresso, embora ainda seja incerto." Por enquanto, "isso é apenas uma redução ou adiamento de riscos de cauda, não sua eliminação."
